A VIDA é bela. Devia ser assim tão simples. Mas às vezes cometo o erro de pensar demasiado nisso. Ou melhor, demasiadas vezes cometo o erro de pensar demasiado. Quero encontrar um sentido, significado, razão, por detrás de quase tudo o que existe, e isso leva-me a um labirinto de onde depois é tão difícil escapar. Ando lá para trás e para a frente e não encontro os butõezitos de SOS. Lá consigo sair, mas com dificuldade. Estes pensamentos são como uma rede emaranhada cheia de tentações e guloseimas a que acho difícil resistir. Sinto cruzar-se em mim os pensamentos do Ricardo Reis com os sentidos do Alberto Caeiro, e não sei se prefiro a profundidade profunda ou a profundidade superficial. Quem sabe um equilíbrio entre o pensar com os sentidos e a entrega à reflexão seja algo que possa, um dia, alcançar. A VIDA é bela, e vai indo, todos os dias. Estava a ver umas fotos do meu pessoal em Birmingham, invariavelmente numa festa. Parece que foi há tanto tempo, como uma realidade que não existe de verdade, mas em que mergulhei sem saber por dois anos. Longe vai o tempo também em que o que
agora é uma realidade era, na altura, um sonho.
10h13, d, 30 de Janeiro de 2011
Barcelona, Espanha