Antes de mais, o que é um vício? Algo de que gostamos? Algo de que gostamos e não conseguimos largar? Tem de ser nocivo? As definições gerais apontam para algo que gostamos, não conseguimos largar, prende-nos, pensamos nisso várias vezes… É mais ou menos assim não é? Então alguém que adora futebol,quer sempre jogar ou ver está viciado nisso? Alguém que não prescinde da sua corridinha todos os dias, está no trabalho a pensar nisso, não passa sem isso… Está viciado?
Agora se pensarmos que tem de ser algo que faça mal. Aí estes dois exemplos já não se adequam. A menos que façam com que a pessoa abdique de outras coisas em prol de uma partida de futebol, ou uma corrida. Mas por outro lado, pode abdicar, simplesmente porque prefere correr, ou jogar futebol, do que fazer essa outra coisa, certo?
Para mim, um vício não existe atér que o tentamos deixar. Isto é, se alguém fuma, pode fumar simplesmente porque gosta, não tem de estar viciado. Agora se tenta deixar e não consegue, ou consegue com muito custo, aí é outra história… Quem diz fumar diz outras coisas quaisquer. Por exemplo, ver televisão… É fácil dizer que se alguém não vem sair com a malta para ver tv, está viciado nesta. Até eu digo, não estou praqui a escrever armado em analista superior, apenas quero ver as coisas doutro ponto e vista. Mas não será que essa pessoa simplesmente prefere ver tv a sair??
Mais uma vez… Se essa pessoa pensa: “Pá, quero sair, para a próxima saio e não fico a ver tv!” – mas efectivamente fica a ver tv nessa tal semana… Está… Sim, viciado! Digo eu, não é…(?).
Tenho uma teoria muito própria quanto aos vícios… Se alguém fuma, por exemplo, já tentou deixar e não conseguiu (viciado, portanto), mas sente-se feliz a fumar, pois que fume! Para quê sacrificar-se a deixar e depois andar deprimido? Não interpretem mal, peço alguma abertura de mente para perceber esta perspectiva. Se não tiverem, paciência, também não me afecta muito:). Contudo, há dois senãos, creio… se o vício faz com que pessoas à sua volta sofram com isso, como o caso duns pais que sofrem pelo filho ser um agarrado à coca, sofrem emocional e financeiramente, há que pensar nisto… Não somos um sistema isolado. E o outro senão é se o vício é algo que nos consome desastrosamente. E o que é desastrosamente? Não sei, é como definir “normal”, é sempre difícil. Mas imaginemos, por exemplo, alguém se injete com heroína todos os dias, e não passe sem isso por momento algum.
E assim acaba a minha reflexão sobre os vícios. Não quero escrever mais. Espero que tenham gostado. Sinto-me simpático para os meus leitores blogueiros (sim, apesar de ter dito que não me afecta que pensem se não entendem o meu ponto de vista:)