Acreditas se te disser que te amo? Que não existo para ti mas que não existiria tão bem sem ti? Acreditas nos fôlegos corridos e guardados, nas cambalhotas mentais como uma tempestade de areia, na distância guardada dentro de ambos os peitos?
Preciso que acredites para que o meu chão voe mas não fuja. Preciso que acredites para eu acreditar no teu crer. Quero que o nosso crer se instale nas palavras um do outro. Que se misturem as promessas com os beijos e os terrenos com os olhares. Preciso do teu crer, não posso passar sem o meu.
Ancora-me. Não me ancores. Deixa-me andar. Prende-me. Porque eu não sei se me ancore, se me prenda; se me fuja, se me pertença. Eu não sei e vejo o teu desejo como o reflexo de uma tentativa de compreensão do meu não-saber.
Ancora-me e deixa-me saber onde estou. Não me ancores e deixa-me perder-me. Ancora-me, não me ancores, ancora-me, não me ancores, an…
21 de Junho 2010
algures em Portugal