De volta ao Togo. Há mais de três meses escrevi aqui acerca de estar há meio ano em viagem. E que meio ano foi… Meio ano de viagem sempre a andar, a sorrir, a curtir, a ver o alcatrão, ou a terra ou a areia desaparecerem, aos poucos, por debaixo dos pneus. Depois Benim, onde estacionei à espera do visto da Nigéria, e aí, na Nigéria, depois de uma amostra de viagem de oitocentos quilómetros de uma ponta à outra, estacionei durante mais um grande pedaço. Autocarro de volta a Lagos, daí ao Benim, daí ao Togo, de onde voarei para o Gabão. Mas sei que é provisório. Não ando aos caídos, ainda que talvez ande um pouco dormente. Talvez a minha comparação não ajude… o pensamento dos tempos que passei deixam, a meu ver, quase qualquer estilo de VIDA com uma sensação dormente quando postos na mesma mesa. Mas hei, melhores tempos virão, é certo! Assim, não ando aos caídos porque tudo isto é fruto de uma decisão minha. Estou aqui porque escolhi viajar. Estes problemas burocráticos que me amarraram à terra não são problemas que vieram do nada, mas consequências de escolhas de quem se mete por terrenos destes que nem sempre são estáveis. E por isso, ‘tá-se bem. Escolhi estar aqui, em África, com tudo o que advém disso. Não escolhi estar hoje no mesmo lugar onde estava há três meses mas escolhi, de certa forma, tudo o que a isto levou. Por isso não entro em ondas com pena de mim próprio.