Gostava de conseguir escrever sobre ti. É-me demasiado difícil. Difícil e acentua a percepção das minhas limitações enquanto escritor. Gostava de escrever sobre o teu ser, e o seu impacto em mim. Sobre os teus olhos cor de mar, onde quero desaparecer, o teu cabelo cor de sol às sete da tarde no Verão, da tua pele cor de lençóis. Não dá, nunca dá.
Caralho!!!!!!!!!
Gostava de escrever como fazes parte da minha VIDA há quase um quarto da mesma, como comecei a respirar os teus suspiros naquela tarde. Gostava de escrever sobre dormir contigo, e a maneira como semi-acordo a meio da noite para dizer que te amo. Como a minha pele toca na tua e se sente em sinfonia com qualquer coisa de mágico no mundo.
Tu.
Não consigo, nem nunca conseguirei, explicar com precisão o prazer de te ver bem à minha frente, de te ver a chorar, de te ver a sorrir, de te ver a fazer seja o que for, mas de te ver. Gosto de pensar na maneira como existes para mim e na incondicionalidade do amor que me ofereces. É pesado, pesadíssimo, quase não consigo suportar. Um peso demasiado leve que carrego comigo, eventualmente insustentável, não fosse o meu próprio amor por ti a me ajudar a carregar este leve pesado peso.
Não sei exactamente, tampouco o percebo, como estes quilómetros entre os nossos corpos não nos separam. Por vezes estranho e penso. Descubro sempre que em nada mais tenho que pensar a não ser nos teus pulmões, que respiram por mim, no meu coração, que bate por ti. Os quilómetros, ou milhares deles, que nos separam e se materializam em meses funcionam apenas como prazeirosos testes que estoicamente passamos.
Gosto de estar bêbedo e de seres a única coisa em que penso. Gosto de estar fora de mim e ainda assim tão dentro de ti. Gosto. Gosto da tua alegria, gosto da tua tristeza. Gosto dos teus gritos e do teu silêncio. Gosto de gostar das tuas facetas, de ver cada uma a emergir, de ver cada uma a dar quatro momentos de prazer ao mundo como o maior brinde requerido.
Gosto, acima de tudo, não só da tua pessoa, mas de como a mesma me faz sentir. Gosto de me sentir especial por ter alguém tão especial e brilhante a pensar em mim. Gosto, para o que der e vier, de ti.